Termino de ler “Comer Orar e Amar” de Elizabeth Gilbert. Depois de Gabriel Garcia Marquez, com as “Memórias das Minhas Putas Tristes” e de Luís Peixoto com “Uma Casa na Escuridão”, eis que me atirei de cabeça para um desses romances dos tops. E porquê; porque é que eu, que me recuso a comprar livros que estão nos tops, me entreguei a “Comer Orar e Amar”? Simplesmente porque achei que podia ser terapêutico e ajudar-me a ultrapassar certas adversidades com que tenho sido confrontada nos últimos tempos. Reinventar a vida depois de uma perda é sempre difícil e eu, talvez por não ter grande experiência desse tipo de andanças, não estava segura de saber faze-lo…
Devo dizer que comecei por adorar a parte de Itália: uma escrita fluida, com bastante sentido de humor, onde a autora (o romance é auto-biográfico) redescobre pequenos (grandes) prazeres da vida, como comer, aprender uma língua nova por cuja melodia se tinha apaixonado e fazer novas amizades, num país completamente novo, numa cultura completamente diferente da de Nova Iorque. Aqui surgem também as recorrentes lembranças de um passado recente e doloroso, mas que se esbatem ante um presente dedicado ao prazer mundano.
Depois a autora, ante a necessidade de se reencontrar e reconciliar com o seu “eu interior”, decide partir para a Índia, onde passa vários meses em meditação num ashram. Aqui, a autora relata-nos como foi difícil acalmar a mente, “aceitar a frustração”, aceitar que nem tudo depende do seu controlo, mas aprende a confiar na “vontade” do Universo, que é generoso. Temos o prazer de conhecer a fantástica personagem “Richard do Texas”, que surge como uma “lufada de ar fresco”, no cenário de austeridade do ashram.
Ora até aqui o livro estava a cumprir perfeitamente a sua função: ajudar-me. Grande erro comete a autora ao escrever o chamado “Livro III”, passado em Bali, onde a autora redescobre o amor, na pele de um brasileiro, blá, blá, blá… Pronto!, e é quando chego às páginas relativas a Bali que só me apetece atirar o livro pela janela fora ou transformá-lo em mil fanicos. Então é a isto que a autora chama de evolução?! Ou seja, dá a volta ao mundo e acaba por cair no mesmo erro? Eu e mais duas amigas já comentámos a situação: a parte do Bali é uma treta e transforma aquilo que podia ser um excelente livro de auto-ajuda numa chachada cor-de-rosa.
A grande conclusão do livro deveria ser:
Não temamos a solidão, já que o Universo encerra todo o poder dentro de cada um de nós. Aprendamos a gostar de nós mesmos e a termos confiança no nosso poder interior.
Aproveitemos o estado de solidão para nos conhecermos, para crescermos espiritualmente, para nos cultivarmos e para termos uma existência feliz e equilibrada.
E esqueçamos a ideia de nos ancorarmos em alguém, porque não há nada nesta vida que não mude.
Mas não! A conclusão principal do livro, embora se possam depreender outras, passa a ser: encontrei o Felipe, que de facto era muito melhor que o David. (Está explicado porque é que o Universo me pregou estas partidas todas!).
E para quem continua a sua jornada de auto-descoberta, tentando reencontrar-se a todo o custo e com os seus meios próprios, só lhe ocorre um pensamento:
Devo dizer que comecei por adorar a parte de Itália: uma escrita fluida, com bastante sentido de humor, onde a autora (o romance é auto-biográfico) redescobre pequenos (grandes) prazeres da vida, como comer, aprender uma língua nova por cuja melodia se tinha apaixonado e fazer novas amizades, num país completamente novo, numa cultura completamente diferente da de Nova Iorque. Aqui surgem também as recorrentes lembranças de um passado recente e doloroso, mas que se esbatem ante um presente dedicado ao prazer mundano.
Depois a autora, ante a necessidade de se reencontrar e reconciliar com o seu “eu interior”, decide partir para a Índia, onde passa vários meses em meditação num ashram. Aqui, a autora relata-nos como foi difícil acalmar a mente, “aceitar a frustração”, aceitar que nem tudo depende do seu controlo, mas aprende a confiar na “vontade” do Universo, que é generoso. Temos o prazer de conhecer a fantástica personagem “Richard do Texas”, que surge como uma “lufada de ar fresco”, no cenário de austeridade do ashram.
Ora até aqui o livro estava a cumprir perfeitamente a sua função: ajudar-me. Grande erro comete a autora ao escrever o chamado “Livro III”, passado em Bali, onde a autora redescobre o amor, na pele de um brasileiro, blá, blá, blá… Pronto!, e é quando chego às páginas relativas a Bali que só me apetece atirar o livro pela janela fora ou transformá-lo em mil fanicos. Então é a isto que a autora chama de evolução?! Ou seja, dá a volta ao mundo e acaba por cair no mesmo erro? Eu e mais duas amigas já comentámos a situação: a parte do Bali é uma treta e transforma aquilo que podia ser um excelente livro de auto-ajuda numa chachada cor-de-rosa.
A grande conclusão do livro deveria ser:
Não temamos a solidão, já que o Universo encerra todo o poder dentro de cada um de nós. Aprendamos a gostar de nós mesmos e a termos confiança no nosso poder interior.
Aproveitemos o estado de solidão para nos conhecermos, para crescermos espiritualmente, para nos cultivarmos e para termos uma existência feliz e equilibrada.
E esqueçamos a ideia de nos ancorarmos em alguém, porque não há nada nesta vida que não mude.
Mas não! A conclusão principal do livro, embora se possam depreender outras, passa a ser: encontrei o Felipe, que de facto era muito melhor que o David. (Está explicado porque é que o Universo me pregou estas partidas todas!).
E para quem continua a sua jornada de auto-descoberta, tentando reencontrar-se a todo o custo e com os seus meios próprios, só lhe ocorre um pensamento:
Vai mas é gozar com outro.
Grande post!
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