domingo, 13 de setembro de 2009

Vamos ter de pensar melhor nisso, não?!

Senhores dos Centros Comerciais, Hipermercados e outros que tais:

A ideia de porem junto às casas-de-banho um doseador automático com desinfectante, como forma de prevenção da gripe A, é gira, sim senhor, mostra que se preocupam e tal, mas sejamos sinceros: NÃO FUNCIONA!

Senão vejamos: suponhamos que já andámos que nos fartámos no shopping, fizemos as suas comprinhas, temos dois ou três sacos nas mãos e decidimos que é hora de ir comer. Como pessoas asseadas que somos, vamos à casa-de-banho, para lavar as mãozinhas e não vá o diabo tece-las, passamos também as mãos pelo desinfectante que sai do doseador, aliás, verdade seja dita, muito bem feito, com sensor e tudo, para evitar que o utilizador tenha contacto directo com qualquer superfície potencialmente infectada. Acabando de desinfectar as mãos, vamos ter de voltar a pegar nos sacos que trazíamos, cuja alça – surpresa! – esteve em contacto com as nossas mãos antes de sequer as lavarmos, por isso se qualquer possibilidade de contágio da gripe existisse, pois lá continua. Solução: desinfectar também as alças dos sacos (ok, até aqui tudo bem, embora comece a duvidar que alguém tenha paciência para o fazer, o que torna o acto de desinfecção das mãos, anteriormente descrito, perfeitamente inútil).

Bom, mas agora vamos supor que temos as mãos desinfectadinhas, não tocamos em mais nada e chega a hora de irmos então comer. Pois… Temos de pagar. E como é que pagamos? Com dinheiro – e se assim for o mais certo é haver contacto directo com a pessoa que nos está a atender - ou, com cartão – e nesse caso lá estamos nós a digitar o código na maquineta onde metade dos clientes que frequentam o Centro Comercial já pôs as mãozinhas (que entretanto andaram também sabe-se lá onde!).

Depois há que pegar no tabuleiro para transporte da refeição (tabuleiro esse que foi usado há dez minutos por um cliente que entretanto acabou de comer e o deixou disponível para nós). Ao pousar a comida numa mesa temos ainda que arrastar a cadeira para nos sentarmos e uma vez que se a chamarmos ela não vem sozinha, pois lá teremos nós que usar as mãozinhas novamente.

Quando finalmente vamos comer, ou muito me engano ou a desinfecção que fizemos já foi à vida e já temos as mãos novamente carregadas com milhares de bactérias e, quem sabe, com o vírus da gripe. Resta-nos voltar a andar 500 metros até à casa-de-banho mais próxima e repetir o acto de desinfecção, isto claro, se estivermos acompanhados de alguém que “deite um olho” à nossa refeição e aos nossos sacos enquanto nos ausentamos, o que convenhamos, é, no mínimo pouco prático. Ou então, confiamos na Providência e esperamos que nada de mal nos aconteça.

Enfim, convido-vos a fazer a experiência e a comprovar o que aqui deixo escrito.

Caríssimos senhores: parece que vamos ter de pensar melhor nisso, não? Isto claro, se o objectivo for que a campanha de prevenção surta algum efeito; se for apenas como medida publicitária, assim só para mostrar o compromisso do estabelecimento com a higiene e saúde pública e tal, embora sem qualquer efeito prático, ah, aí o caso muda de figura; se assim for, eu é que peço desculpas por este meu comentário e pela ideia tão parva que tive, de que isto dos doseadores de desinfectante era mesmo para prevenir a gripe A!

5 comentários:

  1. O que tu não reparaste é que cada dose que o bicho deitava cá para fora servia para desinfectar sacos, carteiras, dinheiro, cartões, mãos de funcionários, cadeiras e até mesmo comida...
    Parecia que tinha andado a chafurdar com as mãos em absinto depois de ter utilizado o magnifico doseador!!! xP

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  2. Ok, com esta, sim senhora, refutaste a minha teoria. Pensava que ías defender a utilização de uma embalagem de loção individual... Essas embalagens, pelos vistos, até na boca se podem por, que não há problema nenhum!

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  3. looool...essas embalagens são do catano!!! São feitas de um plástico especial XPTO imune a qq tipo de vírus ou bactéria, daí não haver problema em fazer como a senhora que lá estava:
    - Abrir o frasco (com as mãos), tocando obviamente na tampa; despejar uma porção de desinfectante na mão desocupada; fechar o frasco desajeitadamente; colocar o frasco (do lado da tampa) na boca enquanto se desinfectam as mãos vigorosamente.

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  4. Isto não é para evitar o contágio, é devido a uma outra coisa que dá pelo nome de politiquices. Ou seja, é preferível meter um doseador com a dita solução do que não meter nada e ser acusado de nada se fazer perante o "grande" problema da gripe A (que continua a matar menos que a gripe "normal"). Capiche? Morram todos mas n deitem as culpas para cima de nós.

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