sábado, 29 de maio de 2010

Eram duas da manhã quando...

se me enche o coração.
Andava eu nos meandros do meu blog, em busca de posts perdidos, quando me deparo com um que recordava só ter dois comentários. Quando vejo, reparo que tenho três comentários. Abro para ler e descubro que o terceiro comentário é de uma amiga de há mais de quinze anos, com quem, por força das circunstâncias, tinha cortado contacto.
Devo ter ficado de boca aberta pelo menos, pelo menos, durante uns dois, três minutos, tal era o meu espanto!
A esta amiga devo alguns dos melhores momentos que passei quando tinhamos aí uns dez a doze anos. Muitas coisas se perdem entretanto, passados que estão quinze anos. Mas se há coisa que recordo é que lealdade, amizade, sinceridade e boa disposição, eram características que ela tinha. Nessa altura, dávamo-nos mesmo bem... Passámos férias juntas, em que, não tendo feito nada de extraordinário, foram momentos únicos. Íamos para a Praia Grande e para a piscina da Base Aérea de Sintra (Quinta da Granja), às vezes com mais colegas... Às vezes, passávamos dias em casa dela, no Cacém. Ela tinha montes de peluches no quarto e lembro-me de me ter oferecido alguns. Também havia sempre Belgas de Chocolate, coisa rara na minha casa. Mas claro, como "all the good things come to an end", assim, de um dia para o outro, ela foi viver com a mãe para Aveiro, e eu fiquei.
Hoje de manhã ocorreu-me clicar no link do nome dela, no comentário que me tinha deixado e descubro então que ela tem um blog. Não sei se ela terá descoberto no meu blog, uma pessoa diferente daquela que recordava... (Mudei tanto!) Certo é que, no blog dela, voltei a encontrar a pessoa apaixonante dos tempos de outrora... As pessoas mudam, é certo, mas a sua essência, aquilo que nos aproxima pela primeira vez e que nos faz gostar de alguém, essa, acredito que não muda...
Voltei a ter saudades e a querer reencontrar esta amizade.

Nostalgia sim, mas com calma

Nostalgia sim, mas com calma. Não me venham cá dizer, como ontem ouvi: "Ai que saudades dos tempos em que o pão vinha num saco de pano; hoje em dia é tudo em sacos de plástico." Vocês já sabem, que isso para mim são provocações, ou não fosse eu uma mulher da petroquímica.
O bom do saco de plástico permite também conservar o pão durante mais tempo, sem que este fique "duro que nem cornos", como nos (bons velhos) tempos do antigamente.
Ah pois!, mas disto já não se lembra o senhor, hein?

Momento de nostalgia

Vocês não sabem há quanto tempo andava eu à procura de uma referência, um episodiozinho que fosse, destes desenhos animados:

O Mofli!!! Alguém se lembra? O Mofli foi, se bem recordo, o único motivo pelo qual me levantava da cama feliz e contente aos sábados às sete e meia da manhã.

Que saudades dos tempos em que os desenhos animados eram visualmente atractivos, engraçados, tinham uma boa história por detrás e transmitiam bons valores às crianças... Enfim, bons motivos para acordar cedo ao fim-de-semana.

Se alguém souber como se podem arranjar episódios desta série, eu agradeço (lovely.ritocas@gmail.com), mas só vale a pena se estiverem dobrados em português - que é como eu os recordo.

Para já, deixo aqui um episódio único que pude encontrar no youtube:


terça-feira, 18 de maio de 2010

Quando voltei a Madrid

Cheguei a Madrid bastante cansada. Tinha o meu carro no Parque de Estacionamento de Atocha e foi para lá que me dirigi sem hesitar. Abri a bagageira e coloquei a tralha toda lá dentro. Fechei a bagageira e voltei a trancar o carro. Fui então à procura de uma máquina onde pudesse pagar o Parque. Procurava a máquina, de ticket na mão, olhando ao redor, quando paro o olhar em alguém. Imobilizo-me. E depois decido caminhar até ao local:

- Perdón, necesita algo? – Um velhote, de casaco de fato amarrotado, calças velhas e sapatos coçados, revolvia o lixo de um caixote, distraidamente. Tinha-o visto abrir guardanapos usados, e sem encontrar nada, voltava a deitá-los no caixote e a revolver o lixo com as mãos.

Quando lhe faço a pergunta, o velhote percebe que há alguém a observá-lo e de um salto, vira-se de frente para mim e esconde as mãos com um guardanapo sujo atrás das costas, envergonhado, como uma criança que foi apanhada em flagrante a fazer asneiras. Responde-me:

- NA-DA, hija. – enquanto agita os ombros, mantendo as mãos atrás das costas. Quando me fala, fa-lo com um tom de voz que não denota nenhum tipo de insegurança e por isso seria levada a acreditar nele, se não tivesse visto o que vi. Sei que, de alguma forma, estou a mexer no seu orgulho próprio… Mas o homem tem fome. Que se lixe.

Abro a carteira e saco a primeira nota que tenho à mão. Vinte euros.

- Tomese, usted.

Estende a mão. Passo-lhe a nota. Não a agarra:

- No me des tanto. -, diz-me. (Não posso acreditar no que acabo de ouvir…)

- No, tomese usted. Para que coma. – Tento ser afável, embora saiba que normalmente tenho pouco jeito para o ser e que às vezes, pareço uma bota da tropa, quando a intenção é exactamente a contrária, mas enfim: tento dar o meu melhor.

Murmura “gracias”, vira costas e vai-se embora.

Enquanto caminho em direcção ao sítio onde posso pagar o Parque, tenho dúvidas se terei sido enganada pelo homem… Então peço a Deus um sinal de que fiz bem em ajudar o homem, se realmente assim tiver sido. O Parqueamento custa xx€85. Na carteira tenho três notas que perfazem o xx. No porta-moedas tenho um monte de moedas pequenas. Despejo o porta-moedas para a mão, sem fazer ideia de quanto posso ter e quando as vou contar – tudo moedinhas pretas – tenho exactamente 80 cêntimos, que entrego à pessoa que me está a cobrar. Faltam 5 cêntimos. Volto então a olhar para a mão para onde despejei a carteira, e vejo aí uma última moeda: 5 cêntimos.

domingo, 16 de maio de 2010

Retrato de (algumas) mulheres portuguesas

Terminado que está o meu tempo de fábrica, ontem lá fui à manicure, numa tentativa de enganar alguns e parecer requintada (cof!cof!).
Enquanto espero a minha vez, tenho ao lado outra senhora que entretanto vai começando a sua manicure, deixando escapar o seguinte comentário:
- Elas devem estar com um bocado de terra, porque estive de manhã na horta a plantar batatas e não consegui tirar a terra das unhas!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Parabéns, Filipa!

Filipa:
Tentei contactar-te, mas não consegui! Só para desejar um feliz aniversário, aí onde tu estiveres... Lembra-te que, mesmo longe, estás sempre nos nossos corações.
Um beijão grande, Justificar completamente
Rita

terça-feira, 11 de maio de 2010

Porque não?

Ontem cheguei a Barcelona eram quase dez da noite. Fui ao restaurante do Hotel e vi a lista. Queria comer peixe. Havia um na lista que se chamava Rape. Não fazia a mínima ideia do que se tratava. Quando veio para a mesa, continuei a não fazer ideia do que tinha à frente como jantar. Olhei com desconfiança, meti o garfo a medo e provei. Gostei. Vinha acompanhado de espargos. Também nunca tinha comido espargos, sempre me tinham dito que eram super amargos, por isso nem sequer tinha tido a curiosidade de provar... Mas ontem pensei : Porque não? e comi.
Como sobremesa, escolhi um Flan de Mantó, sem saber o que ía comer...
Hoje voltei e pedi outra vez espargos e Flan de Mantó. E descobri que o Rape é tamboril. Porque afinal, o mundo contado pelos outros é sempre diferente daquilo que percepcionamos por nós mesmos. Cada vez tenho menos preconceitos. Primeiro vamos ver como é e depois logo falamos.
E o jantar estava bom.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vem comigo viver uma aventura...

Very funny...não haja dúvida!
Estou eu às 7h da manhã no aeroporto, pronta para fazer o check-in do voo das 9h para Barcelona, quando, por causa da nuvem de cinzas, anunciam que este voo será um dos muitos que está em risco de não acontecer... Pensa rápido, pensa rápido, Rita... Ligo à minha chefe, que me diz que no pasa nada, mas que é mesmo importante que esta noite durma em Barcelona, porque amanhã começamos cedo. Ok, vou já tratar disso, penso. Primeiro faço um convite ao meu namorado: Apetece-te viver uma aventura hoje? E tudo se coaduna para dar certo! O plano é: ir de carro até Madrid e depois seguir no comboio de alta velocidade até Barcelona. Por acaso, os orientadores de tese dele estão em Madrid estes dois dias também, pelo que, se ficar em Madrid, poderá ir assistir à conferência que estão a dar sobre o trabalho em que colabora. Porreiro.
Mais tarde, falo com a Maggie, que está em Lisboa e tinha voo às 10h para Madrid... Pues va a ser qué no! - o voo dela também foi cancelado.
E foi assim que acabámos os três no meu carro, rumo a Madrid a recordar as antigas viagens que fazíamos para Madrid a bordo do boguinhas da Maggie; a comer uma sopa e um croquete ali ao pé de Badajoz; a falar dos planos para o futuro e da vida e a rir, felizes e contentes, que isto mais vale bem acompanhado do que sózinho.

sábado, 8 de maio de 2010

Acabo de decidir...

Vou comprar um painel de cortiça, daqueles que os putos costumam ter no quarto e vou enche-lo de pioneses com fotografias dos momentos em que fui mais feliz. Mas só daqueles em que fui mesmo, mesmo muito feliz!
(Pena que nao tenha fotos daquele momento em que torci um pé quando soube que tinha tido a segunda melhor nota do curso a Análise Matemática I, nem daquele em que soube que ía ter outro irmao, ou daquele em que soube que tinha tido 18,2 a Fenómenos de Transferência I, nem daquele jantar em que conheci o meu namorado, nem daquele em que tomei o pequeno-almoço em pijama com a minha prima no telhado do prédio do meu avô ou do outro quando a minha prima lavava os pés com a água do autoclismo da sanita e eu me partir a rir... Bom, mas tenho outros!)

De volta a casa

Passaram cinco anos.
Chego a casa. Sei que nao está ninguém. Os pais sairam, o irmao mais novo, que entretanto cresceu, foi a um concerto no Tivoli. O irmao do meio já nao vive aqui e a Wendy, a cadelinha que dava pulos e abanava o rabo cada vez que me via chegar, já morreu. Estaciono o carro junto ao portao e desligo-o. Suspiro. Deixo-me estar, assim, ao volante, por mais algum tempo. Abandono-me ao cansaço, descontraio os ombros e recosto-me ligeiramente no banco do carro. Deixo-me ficar assim por algum tempo. Decido voltar a enfiar a chave na igniçao e ligar o rádio. Nao me apetece especialmente ouvir música, mas apetece-me ligar o rádio. Passei um ano e meio sem rádio no carro (funcionava com duas cacetadas, mas bastava uma lomba para deixar de funcionar novamente), por isso poder acender o rádio e ouvir música, parece-me um luxo ao qual é dificil resistir. Mas nao me apetece realmente ouvir música nenhuma. Tenho música no coraçao e essa nao dá para sintonizar, nem na FM nem na AM. Volto a desligar o carro, tiro a chave da igniçao e saio. Passo o portao. Quando chego à porta, encontro um saco, pendurado no batente. Pao de Mafra. Foi o avô que por aqui passou, penso, com um sorriso. Desprendo o saco e levo-o. Entro em casa. Nao está ninguém. Pouso a mala e as chaves. Vou à cozinha e pego numa caneca. Encho-a de leite e ponho a aquecer no microondas. Parto duas fatias do pao e espalho manteiga.
De volta a casa. À minha casa. Depois de cinco anos. De onde saí ainda menina. E volto mulher.
Esta noite, talvez já nao acorde sobressaltada, com medo que alguém esteja a entrar em casa. Esta noite, já nao como sopa, quase fria, num prato solitário ao som do silêncio que nao desejei ouvir. Eles sairam todos agora, é verdade. E estou sózinha. Mas esta noite, eles voltam. E vamo-nos sentar todos juntos, à mesa, outra vez. E o pai vai olhar-me de soslaio, pensando que eu nao noto, de peito cheio de orgulho e pensar que afinal, ao contrário do que ele tantas vezes pensa, sempre fez alguma coisa de jeito. (Fez tantas! Mas nao há meio de se enxergar, o pai). A mae vai poder armar-se em tia, como tanto gosta, e dizer às amigas que a filha é uma executiva de sucesso. E o irmao, teenager inconsequente (como também cheguei um dia a ser apelidada), vai olhar para a irma e pensar que se calhar vale a pena estudar e dar o melhor de si, em tudo. Mesmo que isso, por vezes, custe sangue, suor e lágrimas. E eu; eu, bem… Esta noite, talvez durma feliz. E quando acordar a meio da noite, se acordar, talvez pense que estou a viver um sonho. Talvez pense que afinal nao passaram cinco anos; que afinal nunca estive em Lyon, nem em Madrid, nem em Sines, nem em Santiago do Cacém… Talvez pense que afinal nao sou a mulher que sou, que nao consegui o que consegui, que nao vivi o que vivi; que afinal era mesmo verdade que tinha de escolher entre a minha carreira e a minha vida pessoal, que nunca poderia ter as duas…
Quando acordar a meio da noite, se realmente acordar, talvez nao acredite que fui abençoada por Deus com tudo aquilo que pedi.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A minha estreia como Executiva

Portátil nas maos, sentada junto à porta de embarque, esperando o aviao que me levará de volta a Lisboa.
Mas passo despercebida... Estou de ténis, calças de ganga e camisa da Pull & Bear. "Saloia!" - diriam os meus amigos de Sines, ao que eu responderia, com o habitual, "Com muito gosto!", já que ser de Sintra é das coisas das quais mais me orgulho!!!
Mas enfim... Esta semana ainda nao houve que vestir o fato. Para a semana é que já começa a fiar mais fino...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Isençao de Horário de Trabalho

Alguém me podia ter, atempadamente, avisado que Isençao de Horário de Trabalho quer dizer, assim trocado por miúdos, Isençao de Horário de Descanso.
(Nao, nao me estou a queixar, nao me estou a queixar...)

As palavras mais bonitas que algum homem me dedicou

"Procurei algo que te definisse, mas nao me ocorreu nada simples.
Por vezes pareces um vendaval, um furacao e arrastas todos no teu entusiasmo.
Outras vezes és como uma brisa leve, fresca e reconfortante e também ficamos calmos, sem preocupaçoes.
Bref: Il est impossible de rester indiferent."
Afinal os homens também sabem escrever. E mais que escrever, sabem apreciar-nos. E deixar-nos assim com os olhos turvados de água.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Jantar de Despedida em Sines (29-04-2010)

Ora como "recordar é viver", aqui ficam registadas, para a posteridade, aquelas que, a meu ver, foram, sem sombra de dúvida, as melhores tiradas do Jantar de Despedida em Sines:
Chefia 1:
(1) Oh Natália, tu és como o arroz doce: estás nas festas todas.
(2) Se me dissesses que vinhas assim vestida, eu tinha trazido a gravata.
Colaço:
(1) Tira aí uma foto com ele (ele: senhor consideravelmente mais velho que eu) e metes na carteira. Depois mostras aos clientes, dizes que é o teu namorado, eles ficam com esperanças e compram mais polímero!
(2) Prepara-te para os torresmos e para a entremeada.
Antunes:
(1) (Em pé, discursando para a mesa, em homenagem à minha pessoa) Estamos todos muito felizes que vás desta para melhor.
Figueira:
(1) Tá boa, tá!
Alexandra:
(1) Se precisares de quem te leve as malas, eu estou disponivel. (Obrigada, Alexandra, as malas levo-as eu; mas há sempre lugar para ti!)
Vanda:
(1) Damos-lhe esta imagem de Sines para que, quando estiver stressada, olhe para ela e relaxe.
(2) Vai em tela porque a Rita está sempre a mudar e assim é mais facil de transportar.
(3) É para por no seu escritório. (Mas eu nao tenho escritorio!)
Natália Borges:
(1) Falta uma fotografia com a Tecnologia.
Minha resposta para a Natália:
(1) Isso é só tirar uma de corpo inteiro ao Fran.
Vitor (para Antunes):
(1) És bruto é connosco, que a ela até a tiravas ao colo de dentro do compressor!
Natália Borges:
(1) Oh Fran, agarra-te a ela (Fran tirava foto comigo).
Fran:
(1) Nosotros, los españoles, somos como pulpos: nos gusta agarrar.
Minha resposta para Fran:
(1) Vale, Fran. Pero no te agarres.
Eu, para cada uma das chefias presentes:
(1) Desculpe lá qualquer coisinha!
Um momento que ficará para sempre na minha memória.
Obrigada a todos. Trago-vos a todos comigo. Nas orelhas.
(Agora ando sempre com os brincos que me ofereceram!)
P.S. - Se alguém tiver ouvido mais alguma tirada digna de ser registada ou algum raciocício brilhante, queira por favor contactar-me via e-mail (lovely.ritocas@gmail.com), que eu adicionarei!

sábado, 1 de maio de 2010

Nem ao fim de semana uma pessoa se livra dos horários!

Sábado:

12h40 - Massagem Aquatermal
17h30 - Massagem Aromarelax

Domingo:

11h25 - Envolvimento Celuli-Activo