domingo, 17 de outubro de 2010

A todos os meus fieis leitores, que depois de cinco meses de abandono ainda por aqui passam na esperança de poder ler umas poucas linhas, comunico que durante a semana que vem, espero dedicar pelo menos uns 30 minutinhos para actualizar o blog.

Até já!

domingo, 6 de junho de 2010

Procura-se

Para arrendamento, casa na zona de Lisboa, Sintra ou Cascais que me faça esquecer a minha casa de Santiago do Cacém.

sábado, 29 de maio de 2010

Eram duas da manhã quando...

se me enche o coração.
Andava eu nos meandros do meu blog, em busca de posts perdidos, quando me deparo com um que recordava só ter dois comentários. Quando vejo, reparo que tenho três comentários. Abro para ler e descubro que o terceiro comentário é de uma amiga de há mais de quinze anos, com quem, por força das circunstâncias, tinha cortado contacto.
Devo ter ficado de boca aberta pelo menos, pelo menos, durante uns dois, três minutos, tal era o meu espanto!
A esta amiga devo alguns dos melhores momentos que passei quando tinhamos aí uns dez a doze anos. Muitas coisas se perdem entretanto, passados que estão quinze anos. Mas se há coisa que recordo é que lealdade, amizade, sinceridade e boa disposição, eram características que ela tinha. Nessa altura, dávamo-nos mesmo bem... Passámos férias juntas, em que, não tendo feito nada de extraordinário, foram momentos únicos. Íamos para a Praia Grande e para a piscina da Base Aérea de Sintra (Quinta da Granja), às vezes com mais colegas... Às vezes, passávamos dias em casa dela, no Cacém. Ela tinha montes de peluches no quarto e lembro-me de me ter oferecido alguns. Também havia sempre Belgas de Chocolate, coisa rara na minha casa. Mas claro, como "all the good things come to an end", assim, de um dia para o outro, ela foi viver com a mãe para Aveiro, e eu fiquei.
Hoje de manhã ocorreu-me clicar no link do nome dela, no comentário que me tinha deixado e descubro então que ela tem um blog. Não sei se ela terá descoberto no meu blog, uma pessoa diferente daquela que recordava... (Mudei tanto!) Certo é que, no blog dela, voltei a encontrar a pessoa apaixonante dos tempos de outrora... As pessoas mudam, é certo, mas a sua essência, aquilo que nos aproxima pela primeira vez e que nos faz gostar de alguém, essa, acredito que não muda...
Voltei a ter saudades e a querer reencontrar esta amizade.

Nostalgia sim, mas com calma

Nostalgia sim, mas com calma. Não me venham cá dizer, como ontem ouvi: "Ai que saudades dos tempos em que o pão vinha num saco de pano; hoje em dia é tudo em sacos de plástico." Vocês já sabem, que isso para mim são provocações, ou não fosse eu uma mulher da petroquímica.
O bom do saco de plástico permite também conservar o pão durante mais tempo, sem que este fique "duro que nem cornos", como nos (bons velhos) tempos do antigamente.
Ah pois!, mas disto já não se lembra o senhor, hein?

Momento de nostalgia

Vocês não sabem há quanto tempo andava eu à procura de uma referência, um episodiozinho que fosse, destes desenhos animados:

O Mofli!!! Alguém se lembra? O Mofli foi, se bem recordo, o único motivo pelo qual me levantava da cama feliz e contente aos sábados às sete e meia da manhã.

Que saudades dos tempos em que os desenhos animados eram visualmente atractivos, engraçados, tinham uma boa história por detrás e transmitiam bons valores às crianças... Enfim, bons motivos para acordar cedo ao fim-de-semana.

Se alguém souber como se podem arranjar episódios desta série, eu agradeço (lovely.ritocas@gmail.com), mas só vale a pena se estiverem dobrados em português - que é como eu os recordo.

Para já, deixo aqui um episódio único que pude encontrar no youtube:


terça-feira, 18 de maio de 2010

Quando voltei a Madrid

Cheguei a Madrid bastante cansada. Tinha o meu carro no Parque de Estacionamento de Atocha e foi para lá que me dirigi sem hesitar. Abri a bagageira e coloquei a tralha toda lá dentro. Fechei a bagageira e voltei a trancar o carro. Fui então à procura de uma máquina onde pudesse pagar o Parque. Procurava a máquina, de ticket na mão, olhando ao redor, quando paro o olhar em alguém. Imobilizo-me. E depois decido caminhar até ao local:

- Perdón, necesita algo? – Um velhote, de casaco de fato amarrotado, calças velhas e sapatos coçados, revolvia o lixo de um caixote, distraidamente. Tinha-o visto abrir guardanapos usados, e sem encontrar nada, voltava a deitá-los no caixote e a revolver o lixo com as mãos.

Quando lhe faço a pergunta, o velhote percebe que há alguém a observá-lo e de um salto, vira-se de frente para mim e esconde as mãos com um guardanapo sujo atrás das costas, envergonhado, como uma criança que foi apanhada em flagrante a fazer asneiras. Responde-me:

- NA-DA, hija. – enquanto agita os ombros, mantendo as mãos atrás das costas. Quando me fala, fa-lo com um tom de voz que não denota nenhum tipo de insegurança e por isso seria levada a acreditar nele, se não tivesse visto o que vi. Sei que, de alguma forma, estou a mexer no seu orgulho próprio… Mas o homem tem fome. Que se lixe.

Abro a carteira e saco a primeira nota que tenho à mão. Vinte euros.

- Tomese, usted.

Estende a mão. Passo-lhe a nota. Não a agarra:

- No me des tanto. -, diz-me. (Não posso acreditar no que acabo de ouvir…)

- No, tomese usted. Para que coma. – Tento ser afável, embora saiba que normalmente tenho pouco jeito para o ser e que às vezes, pareço uma bota da tropa, quando a intenção é exactamente a contrária, mas enfim: tento dar o meu melhor.

Murmura “gracias”, vira costas e vai-se embora.

Enquanto caminho em direcção ao sítio onde posso pagar o Parque, tenho dúvidas se terei sido enganada pelo homem… Então peço a Deus um sinal de que fiz bem em ajudar o homem, se realmente assim tiver sido. O Parqueamento custa xx€85. Na carteira tenho três notas que perfazem o xx. No porta-moedas tenho um monte de moedas pequenas. Despejo o porta-moedas para a mão, sem fazer ideia de quanto posso ter e quando as vou contar – tudo moedinhas pretas – tenho exactamente 80 cêntimos, que entrego à pessoa que me está a cobrar. Faltam 5 cêntimos. Volto então a olhar para a mão para onde despejei a carteira, e vejo aí uma última moeda: 5 cêntimos.

domingo, 16 de maio de 2010

Retrato de (algumas) mulheres portuguesas

Terminado que está o meu tempo de fábrica, ontem lá fui à manicure, numa tentativa de enganar alguns e parecer requintada (cof!cof!).
Enquanto espero a minha vez, tenho ao lado outra senhora que entretanto vai começando a sua manicure, deixando escapar o seguinte comentário:
- Elas devem estar com um bocado de terra, porque estive de manhã na horta a plantar batatas e não consegui tirar a terra das unhas!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Parabéns, Filipa!

Filipa:
Tentei contactar-te, mas não consegui! Só para desejar um feliz aniversário, aí onde tu estiveres... Lembra-te que, mesmo longe, estás sempre nos nossos corações.
Um beijão grande, Justificar completamente
Rita

terça-feira, 11 de maio de 2010

Porque não?

Ontem cheguei a Barcelona eram quase dez da noite. Fui ao restaurante do Hotel e vi a lista. Queria comer peixe. Havia um na lista que se chamava Rape. Não fazia a mínima ideia do que se tratava. Quando veio para a mesa, continuei a não fazer ideia do que tinha à frente como jantar. Olhei com desconfiança, meti o garfo a medo e provei. Gostei. Vinha acompanhado de espargos. Também nunca tinha comido espargos, sempre me tinham dito que eram super amargos, por isso nem sequer tinha tido a curiosidade de provar... Mas ontem pensei : Porque não? e comi.
Como sobremesa, escolhi um Flan de Mantó, sem saber o que ía comer...
Hoje voltei e pedi outra vez espargos e Flan de Mantó. E descobri que o Rape é tamboril. Porque afinal, o mundo contado pelos outros é sempre diferente daquilo que percepcionamos por nós mesmos. Cada vez tenho menos preconceitos. Primeiro vamos ver como é e depois logo falamos.
E o jantar estava bom.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vem comigo viver uma aventura...

Very funny...não haja dúvida!
Estou eu às 7h da manhã no aeroporto, pronta para fazer o check-in do voo das 9h para Barcelona, quando, por causa da nuvem de cinzas, anunciam que este voo será um dos muitos que está em risco de não acontecer... Pensa rápido, pensa rápido, Rita... Ligo à minha chefe, que me diz que no pasa nada, mas que é mesmo importante que esta noite durma em Barcelona, porque amanhã começamos cedo. Ok, vou já tratar disso, penso. Primeiro faço um convite ao meu namorado: Apetece-te viver uma aventura hoje? E tudo se coaduna para dar certo! O plano é: ir de carro até Madrid e depois seguir no comboio de alta velocidade até Barcelona. Por acaso, os orientadores de tese dele estão em Madrid estes dois dias também, pelo que, se ficar em Madrid, poderá ir assistir à conferência que estão a dar sobre o trabalho em que colabora. Porreiro.
Mais tarde, falo com a Maggie, que está em Lisboa e tinha voo às 10h para Madrid... Pues va a ser qué no! - o voo dela também foi cancelado.
E foi assim que acabámos os três no meu carro, rumo a Madrid a recordar as antigas viagens que fazíamos para Madrid a bordo do boguinhas da Maggie; a comer uma sopa e um croquete ali ao pé de Badajoz; a falar dos planos para o futuro e da vida e a rir, felizes e contentes, que isto mais vale bem acompanhado do que sózinho.

sábado, 8 de maio de 2010

Acabo de decidir...

Vou comprar um painel de cortiça, daqueles que os putos costumam ter no quarto e vou enche-lo de pioneses com fotografias dos momentos em que fui mais feliz. Mas só daqueles em que fui mesmo, mesmo muito feliz!
(Pena que nao tenha fotos daquele momento em que torci um pé quando soube que tinha tido a segunda melhor nota do curso a Análise Matemática I, nem daquele em que soube que ía ter outro irmao, ou daquele em que soube que tinha tido 18,2 a Fenómenos de Transferência I, nem daquele jantar em que conheci o meu namorado, nem daquele em que tomei o pequeno-almoço em pijama com a minha prima no telhado do prédio do meu avô ou do outro quando a minha prima lavava os pés com a água do autoclismo da sanita e eu me partir a rir... Bom, mas tenho outros!)

De volta a casa

Passaram cinco anos.
Chego a casa. Sei que nao está ninguém. Os pais sairam, o irmao mais novo, que entretanto cresceu, foi a um concerto no Tivoli. O irmao do meio já nao vive aqui e a Wendy, a cadelinha que dava pulos e abanava o rabo cada vez que me via chegar, já morreu. Estaciono o carro junto ao portao e desligo-o. Suspiro. Deixo-me estar, assim, ao volante, por mais algum tempo. Abandono-me ao cansaço, descontraio os ombros e recosto-me ligeiramente no banco do carro. Deixo-me ficar assim por algum tempo. Decido voltar a enfiar a chave na igniçao e ligar o rádio. Nao me apetece especialmente ouvir música, mas apetece-me ligar o rádio. Passei um ano e meio sem rádio no carro (funcionava com duas cacetadas, mas bastava uma lomba para deixar de funcionar novamente), por isso poder acender o rádio e ouvir música, parece-me um luxo ao qual é dificil resistir. Mas nao me apetece realmente ouvir música nenhuma. Tenho música no coraçao e essa nao dá para sintonizar, nem na FM nem na AM. Volto a desligar o carro, tiro a chave da igniçao e saio. Passo o portao. Quando chego à porta, encontro um saco, pendurado no batente. Pao de Mafra. Foi o avô que por aqui passou, penso, com um sorriso. Desprendo o saco e levo-o. Entro em casa. Nao está ninguém. Pouso a mala e as chaves. Vou à cozinha e pego numa caneca. Encho-a de leite e ponho a aquecer no microondas. Parto duas fatias do pao e espalho manteiga.
De volta a casa. À minha casa. Depois de cinco anos. De onde saí ainda menina. E volto mulher.
Esta noite, talvez já nao acorde sobressaltada, com medo que alguém esteja a entrar em casa. Esta noite, já nao como sopa, quase fria, num prato solitário ao som do silêncio que nao desejei ouvir. Eles sairam todos agora, é verdade. E estou sózinha. Mas esta noite, eles voltam. E vamo-nos sentar todos juntos, à mesa, outra vez. E o pai vai olhar-me de soslaio, pensando que eu nao noto, de peito cheio de orgulho e pensar que afinal, ao contrário do que ele tantas vezes pensa, sempre fez alguma coisa de jeito. (Fez tantas! Mas nao há meio de se enxergar, o pai). A mae vai poder armar-se em tia, como tanto gosta, e dizer às amigas que a filha é uma executiva de sucesso. E o irmao, teenager inconsequente (como também cheguei um dia a ser apelidada), vai olhar para a irma e pensar que se calhar vale a pena estudar e dar o melhor de si, em tudo. Mesmo que isso, por vezes, custe sangue, suor e lágrimas. E eu; eu, bem… Esta noite, talvez durma feliz. E quando acordar a meio da noite, se acordar, talvez pense que estou a viver um sonho. Talvez pense que afinal nao passaram cinco anos; que afinal nunca estive em Lyon, nem em Madrid, nem em Sines, nem em Santiago do Cacém… Talvez pense que afinal nao sou a mulher que sou, que nao consegui o que consegui, que nao vivi o que vivi; que afinal era mesmo verdade que tinha de escolher entre a minha carreira e a minha vida pessoal, que nunca poderia ter as duas…
Quando acordar a meio da noite, se realmente acordar, talvez nao acredite que fui abençoada por Deus com tudo aquilo que pedi.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A minha estreia como Executiva

Portátil nas maos, sentada junto à porta de embarque, esperando o aviao que me levará de volta a Lisboa.
Mas passo despercebida... Estou de ténis, calças de ganga e camisa da Pull & Bear. "Saloia!" - diriam os meus amigos de Sines, ao que eu responderia, com o habitual, "Com muito gosto!", já que ser de Sintra é das coisas das quais mais me orgulho!!!
Mas enfim... Esta semana ainda nao houve que vestir o fato. Para a semana é que já começa a fiar mais fino...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Isençao de Horário de Trabalho

Alguém me podia ter, atempadamente, avisado que Isençao de Horário de Trabalho quer dizer, assim trocado por miúdos, Isençao de Horário de Descanso.
(Nao, nao me estou a queixar, nao me estou a queixar...)

As palavras mais bonitas que algum homem me dedicou

"Procurei algo que te definisse, mas nao me ocorreu nada simples.
Por vezes pareces um vendaval, um furacao e arrastas todos no teu entusiasmo.
Outras vezes és como uma brisa leve, fresca e reconfortante e também ficamos calmos, sem preocupaçoes.
Bref: Il est impossible de rester indiferent."
Afinal os homens também sabem escrever. E mais que escrever, sabem apreciar-nos. E deixar-nos assim com os olhos turvados de água.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Jantar de Despedida em Sines (29-04-2010)

Ora como "recordar é viver", aqui ficam registadas, para a posteridade, aquelas que, a meu ver, foram, sem sombra de dúvida, as melhores tiradas do Jantar de Despedida em Sines:
Chefia 1:
(1) Oh Natália, tu és como o arroz doce: estás nas festas todas.
(2) Se me dissesses que vinhas assim vestida, eu tinha trazido a gravata.
Colaço:
(1) Tira aí uma foto com ele (ele: senhor consideravelmente mais velho que eu) e metes na carteira. Depois mostras aos clientes, dizes que é o teu namorado, eles ficam com esperanças e compram mais polímero!
(2) Prepara-te para os torresmos e para a entremeada.
Antunes:
(1) (Em pé, discursando para a mesa, em homenagem à minha pessoa) Estamos todos muito felizes que vás desta para melhor.
Figueira:
(1) Tá boa, tá!
Alexandra:
(1) Se precisares de quem te leve as malas, eu estou disponivel. (Obrigada, Alexandra, as malas levo-as eu; mas há sempre lugar para ti!)
Vanda:
(1) Damos-lhe esta imagem de Sines para que, quando estiver stressada, olhe para ela e relaxe.
(2) Vai em tela porque a Rita está sempre a mudar e assim é mais facil de transportar.
(3) É para por no seu escritório. (Mas eu nao tenho escritorio!)
Natália Borges:
(1) Falta uma fotografia com a Tecnologia.
Minha resposta para a Natália:
(1) Isso é só tirar uma de corpo inteiro ao Fran.
Vitor (para Antunes):
(1) És bruto é connosco, que a ela até a tiravas ao colo de dentro do compressor!
Natália Borges:
(1) Oh Fran, agarra-te a ela (Fran tirava foto comigo).
Fran:
(1) Nosotros, los españoles, somos como pulpos: nos gusta agarrar.
Minha resposta para Fran:
(1) Vale, Fran. Pero no te agarres.
Eu, para cada uma das chefias presentes:
(1) Desculpe lá qualquer coisinha!
Um momento que ficará para sempre na minha memória.
Obrigada a todos. Trago-vos a todos comigo. Nas orelhas.
(Agora ando sempre com os brincos que me ofereceram!)
P.S. - Se alguém tiver ouvido mais alguma tirada digna de ser registada ou algum raciocício brilhante, queira por favor contactar-me via e-mail (lovely.ritocas@gmail.com), que eu adicionarei!

sábado, 1 de maio de 2010

Nem ao fim de semana uma pessoa se livra dos horários!

Sábado:

12h40 - Massagem Aquatermal
17h30 - Massagem Aromarelax

Domingo:

11h25 - Envolvimento Celuli-Activo

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Última semana em Sines.

À Ana

Minha querida:

Obrigada por me teres presenteado com a tua amizade naquele que acredito ter sido o momento mais importante da tua vida.
És linda, mas ontem brilhavas mais que nunca e deixaste-nos a todos, aqueles que te amam, orgulhosos e felizes pela tua felicidade. Porque para isso estão os amigos: para nos apoiar quando mais precisamos, mas também para testemunhar os nossos bons momentos e multiplicá-los.
Desejo do fundo do coração que o brilho do teu sorriso seja uma luz sempre presente, porque enquanto tu sorrires, eu sorrirei também.
"Aquilo que Deus uniu, o homem não separa." Que tu e o David sigam juntos pela vida fora, crescendo a cada dia um com o outro e um para o outro.
Com todo o amor que te tenho,

Rita

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tenho-me sentido o Hércules "da minha rua"...



Lálálá... E lá vai ele... De Zero a Heroi...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sou uma pessoa simples...

Sou uma pessoa tão simples, tão simples que fico feliz como efémerides como acabar um relatório... (É claro que me "esfalfei" toda para fazer os cálculos todos e para o acabar a tempo e horas, mas está feito finalmente!)
É que até me apetece dançar no escritório e no corredor, andar para aí a puxar as bochechas dos operadores e distribuir sorrisos por toda a gente. É a alegria no posto de trabalho!


Ah, é verdade... Já contei que a partir de principio de Maio tenho novo posto de trabalho fora de Sines e "home office"? Ah pois, é verdade...


"Salta, salta, salta! Nunca más serás un pájaro enjaulado!"

domingo, 4 de abril de 2010

Dia de Páscoa

Querido Jesus:

Há menos de um ano aconteceu algo que pensava ser impossível: perdi a minha Fé em Ti. Toda aquela Fé, que julgava tão sólida e forte e que sempre me moveu; toda a certeza de que, apesar de todas as dificuldades que pudessem surgir, Tu estarias lá para mim e que eu haveria de superar toda e qualquer prova… Querido Jesus, devo confessar-Te: tudo isso, naqueles momentos, desapareceu.

Senti-me despojada de mim, sem objectivos, perante um sem fim de enganos, olhar perdido no nada, e assim me deixei ficar, por algum tempo, talvez demasiado tempo, acreditando, pela primeira vez, que a vida mais não é que uma sucessão aleatória de acontecimentos, sem lógica; sem nexo; sem sentido. Faltaram-me as forças, faltou-me a coragem, faltou-me a Fé - confesso-Te humildemente, não sem algum embaraço.

Mas Tu tens razões maiores que a própria razão, meu querido Jesus. E foram precisos alguns meses para que eu compreendesse que afinal, estiveste sempre lá, a olhar por mim. Sempre. Que afinal, quando eu pensava que me tinhas abandonado, estavas na realidade a colocar-me no caminho certo. (E que para isso tiveste de me levar pela mão em sentido contrário pelo caminho onde eu andava perdida …)

Hoje é dia de Páscoa. É o dia em que Tu ressuscitas e Te mostras aos discípulos para que nunca mais duvidem de Ti ou da Tua palavra.

Pois o que te quero pedir, meu querido Amigo, é que hoje permitas que também eu me sente à mesa Contigo e que me perdoes por alguma vez ter duvidado de Ti. Pois apesar de, à semelhança dos Teus discípulos, também eu não Te ter reconhecido e não Ter acreditado que seria possível a Tua ressurreição; hoje, querido Jesus, Tu ressuscitaste no meu coração. E eu só quero agradecer-Te por isso.

Com amor.

Tua,

Rita

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Rita no País das Maravilhas

- Sabes o que é que eu mudava na minha vida agora?
- Não, diz lá.
- Nada! Sabes porquê?! Porque está tudo a mudar!

Aaaah..., mesmo como eu gosto!

quarta-feira, 31 de março de 2010

O piropo mais querido de hoje...

Eu (numa reunião, em conversa com um colega): "Desculpe estar de costas para si."
Resposta: "Não faz mal... Os anjos não têm costas."

Foi querido.
Tratam-me bem, é verdade.

terça-feira, 30 de março de 2010

Brevemente, num computador perto de si...

Muitas novidades.

Como sempre, no seu blog de eleição:

Lovely Rita, Meter Maid

terça-feira, 23 de março de 2010

No fim de contas

Só me lembro de ter gostado a sério de dois rapazes na minha vida. Embora a mente tenha voado muito, os pés sempre estiveram bem assentes na terra.
E gostei dos dois por igual período: exactamente sete anos, cada um. A única diferença é que um deles espero amar até ao fim da minha vida e o outro ía dando cabo da minha vida, como eu a conheço.
Esse outro, faz anos hoje. Dia 23 de Março. Não me esqueço. Em nenhum ano me esqueci. Pertence ao passado, mas existe. Tanto existe, que recentemente encontrei-o pelos meandros do Facebook , depois de ele me ter adicionado. E hoje, feita parva, lá fui eu ao bom do Facebook desejar-lhe os parabéns e um dia muito feliz e todas essas coisas...

Depois do desejo, do amor, do ódio, da raiva, da tristeza, do "integrar a frustração"; depois de tudo isso resolvido, só fica o carinho puro, como era no principio, e os desejos sinceros de que não apenas "neste dia de festa", mas que durante toda a vida, "tenha tudo de bom, o que a vida contém".

segunda-feira, 22 de março de 2010

2º Principio da Termodinâmica

A televisão está avariada, a louça do jantar* está por lavar, a aparelhagem tem o volume excessivamente alto para o avançado da hora, a mala está ainda por desfazer...

Estou sózinha, sentada no sofá, descalça, de pijama, cabelos desgrenhados que já não vou lavar hoje, em frente ao meu portátil...

Mas 'tá-se mesmo bem... Para quê a obsessão de organizar tudo, se o Universo tende para a entropia máxima (2º princípio da Termodinâmica)?

Descanso. Por uma vez, eu e o Universo, estamos em sintonia.


*É só um pratinho de sopa!

Aconteceu um dia

Aí há uns sete anos atrás, houve um dia em que acordei às dez para as quatro da matina, levantei-me da cama de um salto, tomei banho e pequeno-almoço e fui por-me a estudar termodinâmica como se não houvesse amanhã. (E não, não era véspera de exame, nem nada que se parecesse). Às sete e um quarto da manhã já tinha estudado quase três horas e apeteceu-me ir ter com o meu namorado, que, pensei, deveria estar a sair de casa, uma vez que tinha aulas no Técnico, às oito. Cheguei à praceta onde ele ainda hoje vive, sentei-me no banco de jardim que existe em frente à porta do prédio e aí fiquei à espera que ele descesse. Quando ele ía a sair do prédio, ficou especado, de boca aberta, tirou os fones dos ouvidos e só me disse: "Tu, aqui? Tás bem?". E eu tinha uma alegria que rejubilava. Estava mesmo feliz... (O dia já me tinha rendido tanto!)
Lembro-me que depois andámos mais um bocado e fomos até a um parque infantil que havia ali por perto. Eram oito menos um quarto e estava eu a andar de baloiço, dando o máximo de balanço que me era possivel. Naquele momento, sentia-me capaz de chegar ao céu!
E feita parva, falava de entalpías do vapor saturado e do vapor sobreaquecido, de títulos do vapor e era tudo lógico e claro como a água.

Ainda hoje, não sei o que é que me deu, naquele dia. Mas desde esse dia, fiquei à espera de outro assim...

domingo, 21 de março de 2010

"Todas as boas pessoas são loucas."



Do filme: Alice no País das Maravilhas

Só para avisar

É só para avisar que a neura já me passou. Só para o caso de pensarem que vão sofrer represálias caso deixem por aqui algum comentário. (Acabo de reparar todos os posts subsequentes estão sem comentários, apesar da média de visitas ao blog até ter sido elevada!).

sábado, 20 de março de 2010

Explicando algumas teorias de vida...

a uma grande amiga minha, daquelas com quem temos confiança para nos mandarmos mútua e literalmente à merda, se nos der na real gana, sou abruptamente interrompida por ela, que se pronuncía nos seguintes termos:

- Cala-te pah, cala-te! És uma pita; uma chavala. Uma chavaleca que se recusa a crescer.

Paro de falar. E desmancho-me numa gargalhada. (Bolas, penso, apanhou-me!)

A quimica da engenheira

Sou um espírito livre. Nasci para ser assim. Só sei ser assim. Detesto rotinas. Detesto horários. Detesto o mais e mais do mesmo, o vira o disco e toca o mesmo. Detesto o seguro e o confortável. Detesto as gaiolas que nos criam na vida, no pensamento. Quem me ama sabe disso. E respeita-me, tal como sou.
Amo a vertigem do diferente. Amo o desafio, o novo, a mudança.
Vivo por objectivos. Como se a vida fosse um jogo e tudo fosse uma urgência; nada pode ser deixado para amanhã, porque era suposto estar feito ontem. E divirto-me imenso a jogar. Troco as cartas a meio do jogo, viro o tabuleiro do avesso, faço jogo duplo. Adoro esventrar os outros e as suas crenças, fazendo cair por terra ideias pré-concebidas que têm sobre mim e sobre as coisas... Troco-lhes as voltas. Às vezes sem motivo nenhum. Só porque me apetece. Mas quase sempre, aprendo alguma coisa nova. E até já aconteceu, ensinar a quem já viveu uma vida, que afinal pode aprender alguma coisa com uma miúda.
Um dia alguém me disse que em vez de planear e planificar metodicamente o dia seguinte, e viver centrada nos "porquês" e em permanente vitimização, devia antes perguntar-me "porque não?". E em boa verdade posso dizer: raramente há boas razões para dizer "não" a um bom desafio. E foi assim que, até hoje, ainda não parei de mudar a minha vida.
Chamo-me Rita, (tenho 27 anos) e sou assim, inconformada. E sobretudo, uma apaixonada por aquilo que a vida ainda terá para oferecer. Nunca sou branca nem preta. Tenho muitas cores.
E isto é o que de mais seguro se pode dizer sobre mim.

Que neura...

Hoje estou assim. De neura.
Experimentem lá vir para aqui escrever desaforos, que logo veem como é que elas vos mordem.
O meu mau humor chega para todos. MESMO!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Serãozinho chato de sexta à noite

É isso mesmo... Serãozinho chato de sexta à noite, enfiada lá onde o outro perdeu as botas! Isto porque devido a uma sobrecarga de trabalho, decidi que o melhor era isolar-me da civilização...
A pior coisa foi mesmo o meu maninho mais lindo (aquele que é mais parecido com a irmã!) ter-me ligado a perguntar:
- Então Rita, vens hoje para cima? Era fixe que estivessemos todos juntos.
- Não, lindão, a mana tem que trabalhar... (Querendo com isto dizer: a mana é uma ursa que prefere ficar de volta dos coeficientes de transferência de calor e outras merdas que tais em vez de ir ter contigo, que és só a coisa mais importante da vida dela.)

Doi. Doi muito.
Maninho: adoro-te.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Porque sou mulher, não posso...

Rir-me de uma "boa piada", a meio de uma reunião.

Aliás, nem era uma piada. Era só uma questão de português, traiçoeiro, como só ele.
Estava-se a falar do medidor de nivel ultrasónico e um dos engenheiros presentes vira-se para o especialista e pergunta-lhe:

- Então e tens o teu ultrasónico a funcionar como deve ser? - Referindo-se ao medidor de nível.

A conversa continuou como se nada fosse. A única diferença foi que eu não consegui parar de rir nos seguintes 5 minutos. Enquanto os restantes membros da reunião me fitavam de soslaio.

Acreditem: não foi agradável.

quinta-feira, 11 de março de 2010

E não se lembrou a Margarida desta...

Amiguinhos: gajas serão sempre gajas. Com o passar do tempo, apenas aprendem a disfarçar a verdadeira idade mental, que é (sempre) a mesma da de uma pita de 15 anos.

Confirma-se...

Vi de facto a luz. Teoria comprovada por peritos de renome na especialidade.

E agora: I feel like dancing!
Estou para aqui feita parva, em frente à janela, a dançar ao som dos Ace of Base (sugestão da Maggie). Se estivessemos juntas, estariamos certamente a fazer uma daquelas coreografias que exigem elevada coordenação entre as bailarinas, em que uma espreita para a direita e a outra para a esquerda e depois baixam-se, alternadamente, até ficarem de cócoras, levantando uma mão enquanto a outra mão aperta o nariz!
Nada como uma musiquinha foleira dos bons velhos tempos para nos por a abanar o rabo, como se não houvesse amanhã! Confesso: o facto de ter comido uma mousse de chocolate ao jantar confere uma motivaçãozinha extra para queimar umas calorias...

Hoje vi a luz

Depois de meses mergulhada na mais obscura escuridão, trabalhando incessantemente num modelo de elevada complexidade que me foi atirado para a mão estilo "toma lá e desenmerda-te", eis que hoje, depois de uma jornada solitária e cansativa, vi finalmente a luz.


(Quer dizer, ainda não é garantido. Tenho de comprovar a minha teoria. Mas estou com fé!)

terça-feira, 9 de março de 2010

Alma de pássaro

Se me agarras e prendes entre as tuas mãos, o mais provável é que eu te fuja na primeira oportunidade. Para não voltar.
Mas se as abrires e as deixares assim, abertas, eu levanto voo, mas nunca vou para muito longe. Porque cedo percebo que é aninhada entre as tuas mãos que quero estar.
Consultando o Extreme Tracking, acabo de verificar que hoje tive um visitante da Rússia, mais concretamente, de Moscovo, que não conforme com a ideia de visitar o meu blog uma vez, apareceu por aqui para uma segunda visita.


Deve ser o Carlos Fino.
Só pode.

segunda-feira, 8 de março de 2010

E para que conste...

Sou mulher.
Gosto de ser mulher.
Se pudesse escolher, seria mulher.
Sobretudo porque, sendo mulher, tenho a certeza que não terei de aguentar mais nenhuma na minha casa.
As mulheres, são, como escreve a Pólo Norte, "uns coiros". E na minha casa, o único "coiro" sou eu!

Sobre o Dia da Mulher

Bom, que mais se pode dizer que ainda não tenha sido dito sobre este dia? Muito pouco...
Aproveito apenas para lembrar uma das minhas (brilhantes!) tiradas, que remonta ainda aos meus tempos de vida em Madrid, quando em conversa com a Margarida, esta me comentava qualquer coisa relativa à representatividade das mulheres no quadro político espanhol e eu, reflectindo, apenas lhe disse:
"Só haverá igualdade entre homens e mulheres quando mulheres incompetentes chegarem a lugares tão cimeiros como aqueles em que estão certos homens."
Hoje, passados quase cinco anos, mantenho o que disse.

Como chamar "estúpido" a alguém de forma elegante

"Bom, se calhar o melhor é que eu particularize, para não correr o risco de que se fique somente pelo conceito."

Esta tirada foi minha e equivale assim, mais ou menos, ao já conhecido:
"Está bom assim ou precisas que te faça um desenho?"

sábado, 6 de março de 2010

E por falar naquele anúncio muito mau...

Seguindo as pisadas da Maggie decidi também eu roubar uma ideia ao meu gajo e como tal, pois aqui está:

André: desculpa, mas não resisti mesmo. Está MUITO BOM!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Chegando à fábrica, depois da hora de almoço...

Chovia que se fartava.
Vinha eu com a minha companhia de almoço e tinhamos de andar uns bons 500 metros até chegar à fábrica. Diz-me tal pessoa:
- Olha lá, o melhor é pedirmos para nos virem buscar de carro, não?
Ao que riposto:
- Tu deves ser como o sódio, não? Reages com a água!
Ao que constata:
- Não, pah. Mas também não tenho uma horta às costas!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Insólitos de mais um dia de trabalho

O dia de hoje foi tão cansativo, tão cansativo... Acordei logo cansada, porque durante a noite sonhei com caldeiras e turbinas. E caudais e pressões e temperaturas... Enfim, vida de engenheiro químico é dura. Foi daqueles dias em que poderia ter saído do trabalho completamente sem forças, a arrastar-me até ao portão. Mas não, porque o destino encarregou-se de me por um sorriso nos lábios.
Só duas notas, em relação ao dia de hoje:
Primeira: mas quem é que se equipa e desequipa* com a porta aberta do gabinete? Vou eu feita lampeira, com mais umas folhas cheias de números na mão, quando chego à porta do gabinete de um colega meu e só deparo com tal pessoa assim a modos que em trajes menores. Ups! Fugi logo! Que vergonha! Mas agora vendo bem as coisas... Será que a culpa foi mesmo minha?! Bolas, sou apanhada em cenas destas e nem sei como.
Mas pronto, lá se passou.
Segunda: por volta das 9h da noite, lá achei que o que não tinha feito poderia ser deixado para amanhã. E lá vou eu, rumo à saída. No Complexo, há sempre muito barulho. E era já tarde. Apeteceu-me abrir a goela e começar a cantar uma música em espanhol, inventada por mim - cuja letra, também da minha autoria, era um resumo das principais ideias e aspirações que tenho. E lá ía eu, cantando à desgarrada, fazendo tanto barulho quanto podia, convencida que de facto ninguém me ouvia. (Viva a maquinaria ruidosa!). Eis senão quando, chegada ao portão, olho para trás e apercebo-me que fui seguida bem de perto por um trabalhador de outra fábrica, durante pelo menos 80% do percurso... Ups!, mais uma vez...
Enfim: todos os dias a inalar vapores, só pode dar mau resultado!

* Mudança de roupa para equipamento de protecção individual

domingo, 28 de fevereiro de 2010

É só impressão minha ou este anúncio é mesmo muito mau?


Bom, fica no ouvido, embora não seja pelos melhores motivos...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Era uma linda esferográfica azul

Imagine-se o seguinte cenário: reunião importante com oito pessoas em torno de uma mesa oval. Trocam-se ideias, pensa-se alto, analisam-se números. De repente, é preciso fazer uma conta. Prontifico-me de imediato: retiro a tampa da esferográfica, aponto valores no caderno, enquanto utilizo o Excel. Tapo a esferográfica, pouso-a e ela rola até ao centro da mesa.
As contas que faço, têm resultados que dão que pensar. De repente, outra pessoa que se encontra do outro lado da mesa pega distraidamente na minha esferográfica, retira-lhe a tampa e regista mais alguns dados no caderno. Damos-lhe atenção, enquanto o faz.
Comentam-se os valores. A pessoa continua com a minha esferográfica na mão. Bate com a minha esferográfica na folha de papel. Fala. Ajeita o cabelo com a minha esferográfica. Acaba. Pousa a esferográfica, tapada, na mesa. Observo-a. Mas quando lhe lanço a mão, alguém a alcança primeiro. Observamos a tela onde o retroprojector vai mostrando o ficheiro de compilação de dados económicos. Coloca-se uma questão. Todos pensamos. De repente, tenho uma ideia. E lanço-me na argumentação e defesa da mesma. Enquanto falo, a pessoa, sentada ao meu lado, que detém agora a minha esferográfica, parece interessada. Pensa. E é então que acontece: a minha esferográfica, a mesmíssima com que escrevi belos textos e fiz os meus exames "sehr gut" de alemão, é levada à boca, sendo mordida e lambuzada várias vezes. Grito horrorizada, em silêncio: Não! Mas impotente, não posso fazer nada. Nada!
Resta-me observar aquele triste espectáculo e pronto... continuar com a minha linha de raciocínio. Pelo menos, para ver se não se perde tudo.

Operação Tolerância Zero


Zero doces. Zero gorduras.

Faltam dois meses para o casamento da minha querida Ana. Eu vou ser madrinha. E ainda me faltam perder três quilos.

No mínimo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Amiga X:
Ai pah, tu nem sabes! Ando aí com umas coisas, se tu soubesses... Tenho mesmo de te contar. Eu sei que posso confiar em ti; tu ouves tudo e não abres a boca.
Lovely Rita:
Estás à vontade. Eu não conto a ninguém. Às vezes, tenho é o hábito de ir desabafar para o meu blog...
Amiga X:
(Sem pronunciar uma palavra, fita-me nos olhos, petrificada).
Lovely Rita:
(Tentando manter-se séria... Mas sem sucesso!) BUUUUAAAAH!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Directamente do meu imaginário para a vida real...

Aqui passei eu os últimos dias.... Directamente do meu imaginário para a vida real, senhoras e senhores, a Quinta da Fata, em Nelas.











E a Serra da Estrela. Coberta de neve, com 10ºC negativos e cheia de gente. Linda, como ela mesma!
Não houve "Snowboarding", mas houve "Trenóing". O Snowboard fica para a próxima.


Desta vez foi só uma amostrinha.
Para repetir.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Frase do dia

"O jeito que tu tens para esgrimir a caneta (...)"

Para o (meu) André

PARABÉNS! Parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns, parabéns!

Eu sempre acreditei em ti, sabes disso!

E também sempre disse que só me casava com um engenheiro! :P

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vantagens de ter o Meo

A magia do Meo é que momentos como este:

podem ser vistos e revistos na televisão vezes e vezes sem fim!
Sem dúvida o grande momento da noite, com o Super-Manzarra também a não desiludir (embora já não tenha ido a tempo de apanhar o Pedro Abrunhosa do chão).
Muito bom!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Adoro este spot publicitário

Adoro este spot publicitário (concebido pela agência Young&Rubicam para a Repsol. Já data de 2008 e por muitos foi apontado como melhor anúncio do ano. (Em Portugal, não chegou a passar.)

Aqui, parte da tradução:

Inventámos a roda, descubrimos o fogo, chegámos à lua, fizemos o pão e o sal. Inventámos os carros, as motos, os zeros e uns, os abraços e o abecedário. Inventámos os barcos, o calor no Inverno, a imprensa, a ciência... e a ficção. Inventámos a internet, a rádio, o telefone, as vacinas e a Novena. (...)
Se fomos capazes de tudo isso, como é possível que não sejamos capazes de proteger o que temos de mais importante?

Vale a pena (re)ver.



Porque os engenheiros químicos também se preocupam com o ambiente...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mulheres desenrascadas

Hoje apetece-me escrever um texto inflamado sobre as mulheres que são como eu, ou seja, mulheres desenrascadas.
Isto porque quando vinha a conduzir para casa, o vidro do lado do pendura, caiu, sem mais nem porquê, razão pela qual vim com os cabelos ao vento, durante todo o trajecto. O que vale é que até é Verão e tudo e está tanto calor que levar com vento frio é mesmo aquilo que apetece!
Estacionei o carro, de vidro (obviamente) aberto, e fiquei sentada uns bons cinco minutos a pensar no próximo passo a dar. É certo que o carro estava na garagem, mas como seria no dia seguinte, quando fosse para o trabalho? Não podia deixar o vidro assim. Ainda não tinha lanchado e tive o discernimento de pensar: "Isto o melhor é ir lanchar e depois pensar no assunto." (Reparem só no estilo calmo e sensato, que nada tem a ver com as histerias normalmente atribuídas a mulheres em pânico).
Lanchei calmamente, mas sempre com o cérebro bastante activo. Quando acabei, fui à casa-de-banho, recolhendo a pinça que normalmente serve para arranjar as sobrancelhas e o alicate de arranjar as mãos. Não, não sou assim tão parva que não me tenha previamente lembrado de um alicate de pontas, mas à falta de melhor, utilizei os utensilios de beleza de que dispunha. É claro que me lembrei também de levar um pano, para que não houvesse contacto directo entre o vidro e a pinça ou o alicate, de modo a não o riscar. E lá fui eu. Com serenidade e grande estilo lá tirei o casaco, pousando-o em cima do banco e acendi a luz do interior do carro, procedendo de imediato à operação de resgate do vidro. Dois minutos depois, o vidro estava na minha mão e pude recolocá-lo no seu sítio - onde ficará até que eu leve o carro à oficina. Tranquei o carro, pus as "ferramentas" no bolso, agarrei no casaco com um dedo e atirei-o para as costas, enquanto abanava o rabo e saía do local da cena repetindo para mim mesma: "missão cumprida". Pena tive de não haver audiência, em especial masculina. (Como eu adoro quando dois ou três velhotes, sem melhor ocupação, ficam à espera que o embate se dê, sempre que vou estacionar em qualquer sítio das redondezas e eu estaciono à primeira, com a maior classe do mundo!).
Portanto aqui está: mais uma para a minha listagem. Eu arranjo o meu carro, eu mudo um pneu se disso houver necessidade, eu arranjo o meu esquentador sózinha, eu monto os meus móveis e sustento uma casa... A única coisa assim de maior que me está a ocorrer que eu não faço é ficar agarrada às partes a choramingar se levar uma bolada em certo sítio, mas isso, que eu me recorde, não é essencial para nada, pois não?
Bom, mas para acabar partilho convosco a minha ideia de que a culpa de muitas vezes os homens não nos verem como iguais é das próprias mulheres: em primeiro lugar, o elemento que tradicionalmente se ocupa da educação (tantas vezes machista) é a mãe e depois há que convir que há para aí muita "dondoca" que nem sequer sabe pôr gasolina no carro sózinha - fazendo jus ao que os ilustres cavalheiros pensam de todas nós. Além disso, argumentos machistas são, regra geral, bem recebidos por outros homens, uma vez que têm o grande poder de assim, de rajada, afastar mais de 50% da concorrência (note-se que há mais mulheres no mundo do que homens) - que, se sabe, é por norma mais letrada, mais organizada, mais empática e visualmente mais atractiva. Espertinhos eles, hein?!
E que se acabe de uma vez com a bandeira da "força física", porque hoje em dia as palavras de ordem são mais "jeito" e "inteligência" do que "força". A Era do Homem das Cavernas ficou lá para trás no Paleolítico!
E assim acabo.
Pensem nisto.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quando eu sou outra vez pequenina


Pessoas há a quem dou o endereço do meu blog, sem esperar que alguma vez o venham visitar. Dou-o, como uma menina pequenina, que no dia da festa da escola se vai vestir de bailarina e pede a quem gosta e admira - pais, amigos, ... - que a venha ver, porque sabe que será o momento em que estará mais bonita que nunca. E é assim que quer que a recordem. Isto porque normalmente ando aos tropeções, joelhos esfolados de tanto cair, acertando uma e errando duas, mas se há coisa de que tenho a certeza, é que (ainda) sei escrever. Se escrever é pôr por palavras o que nos vai na alma.

Serve este blog para dar "Rita" a quem, porventura, dela tenha saudades. E também para tornar a vida da Rita mais animada. E (muitas) mais pretensões não tenho. Por isso hoje, quando alguém de quem gosto muito, a quem dei o endereço deste sítio - sem esperar realmente que aqui alguma vez viesse -, me disse: "olha, fui ao teu blog", corei como um tomate e só pude responder: "mmm"... Enquanto engolia em seco.

Sobre a utilidade do Facebook

O Facebook evita cenas parvas e embaraçosas como aquela que eu fiz, quando no meu 10º ano fui ter com uma rapariga de outra turma e lhe disse: "aaaaaaaaaaaa...Olá, lembras-te de mim?! Andámos juntas na catequese, lembras-te? Tinhamos 6 anos e dávamo-nos super bem." E a rapariga ficou estupefacta a olhar para mim e a partir desse dia, começou a dizer-me "olá", enquanto fugia escada abaixo, com medo. Era a Lígia. Eu lembrava-me dela...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Impossible is nothing

Ressuscitei A vaca tem seis lados (ou a vaca ao lado, como diz a minha amiga Catarina). Nada que uma boa provocação não faça!

Conversas parvas que se podem ter perto da 1h da manhã

(Sobre a saída do Carlos, do Ídolos)

Eu:
- Vais ver que este rapaz ainda vai ser aproveitado para fazer vozes de desenhos animados.

Ele:
- Só se for de "Pedro Corneta".

Eu, pensativa:
- Ou de "Urso Timóteo"...

Ele:
- "Urso Timóteo???" Bem, esse não sei quem é; o gajo é parecido é com o "Leão do Timotei".

Dois: Risos parvos e muito sono.

sábado, 30 de janeiro de 2010

É hora do lanche e apetece-me...

Uma queijada de Sintra ou Sintra inteira numa queijada.
E não há queijadas como as da "Casa do Preto", acabadinhas de fazer.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Outras coisas engraçadas que podem acontecer

Nós (entenda-se, eu e o meu namorado), que nunca ganhamos nada, termos ganho dois bilhetes no valor total de 60€, para ir ver o concerto de Rodrigo Leão & Cinema Ensemble no Olga Cadaval... A ter lugar na véspera do exame final de alemão.
Giro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Desculpas


O meu gajo, que assinava o blog “A vaca tem seis lados”**, que chegou a ter cerca de 100 assíduos leitores por dia, ascendendo a um total de quase 20000, deixou, há um ano atrás, de lá escrever. Assim, sem que ninguém esperasse, o post de 19 de Janeiro de 2009, com dois gajos a olhar com cara de parvos para quem por lá passa, ficou, até hoje, a ser o cartão de visita daquele lugar.
Quando confrontado com a pergunta: “Mas porque é que não escreves outra vez?”, responde-me tão-somente: “Não tenho tempo”. Contesto-lhe: “Isso não é desculpa. Há sempre tempo, quando há vontade. ” Defende-se: “Oh, não tenho ideias.” Argumento: “Eu vivo em Santiago onde na maior parte dos dias não se passa rigorosamente nada de especial (ou nada de nada) e ainda assim, escrevo.” E é então que me diz: ”Por isso mesmo; como vives em Santiago, tens mais ideias.” Eu: gargalhada sonora. (Desde quando é que o isolamento estimula a criatividade???)
Mas pronto.
A ele só tenho uma coisa a dizer: “grande cabrão” (passando a expressão, claro). Conquistou os leitores como quem come tremoços e bebe uma cerveja – especialmente com um post que não tendo nada de especial, tinha imensa piada. Outros há, como eu, que se esmeram para, numa base quase diária, darem de si o melhor e por fidelizar cada um dos seus leitores, sonhando com o dia em que chegam ao seu blog, consultam as estatísticas e vêem que foram lidos por mais de 100 pessoas (40, vá!). Enquanto ele (e muitos outros “blogueiros”, convenha-se), se dedicam a outra brincadeira, porque a era do blog, já era! Vão-se embora, sem dizer nem ai nem ui, defraudando os leitores e ainda assim, os leitores, fieis, continuam a ir lá todos os dias, religiosamente, à espera de uma migalhinha, um único post, que os faça rir e quebrar a rotina do dia-a-dia.
Estúpidos.
** Vocês não estão a pensar clicar no link, pois não?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Telemóveis

Se tenho bateria, não tenho saldo.
Se tenho saldo, não tenho bateria.
Se tenho bateria e tenho saldo, estou numa reunião e não posso falar.

Mais: se levo o carregador, não fico sem bateria.
Se fico sem bateria, esqueci-me do carregador.

É assim.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Quando o mundo gira ao contrário



Toda a minha concepção de vida assenta no princípio de que a natureza do ser humano é intrinsecamente boa; que não há pessoas genuinamente más: apenas pessoas infelizes que por não conhecerem outra realidade, não sabem, porventura, fazer feliz o seu semelhante.


No entanto, em momentos como aquele, em que descubro que a UNICEF suspeita de tráfico de crianças haitianas, na sequência da calamidade vivida a 12 de Janeiro, sou forçada a repensar o meu conceito de "ser (des)humano".


Vivo esperando dos outros o melhor, mas estando, na medida do possível, preparada para o pior. Talvez tenha o mundo ao contrário...


Zézé Camarinha no seu melhor

Tenho visto estes cartazes espalhados por aí e achei o máximo. Não podia deixar de partilhar com aqueles que ainda não tiveram o prazer de ver esta pequena maravilha.
Para quem já tinha saudades, pois ele aí está, de novo, no seu melhor! Falta só o já lendário "put a crime"!



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Carrossel Emocional

"Mais uma voltinha; mais uma viagem."
Esta semana foi assim. Depois de tantas voltas que fiquei tontinha de todo, acabo a semana com um sorriso.


Epah, tou feliz... E a culpa é tua!

(E Tua.)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um passeio em Lisboa


Hoje tirei o dia e passei a manhã em Lisboa, em busca da Sacoor Brothers da zona do Chiado, que, por ser relativamente recente e ter aberto apenas a meio deste Inverno, teria ainda, teoricamente, umas botas em pele, muito “tia de Cascais” (sim, eu sei, não é nada o meu estilo, mas uma pessoa, um dia, tem de crescer!) que eu adorei e que já não havia nem no Fórum Almada, nem no CascaiShopping, nem no Dolce Vita, nem noutros (vários) centros comerciais onde as procurei, obtendo sempre a mesma resposta: “estão esgotadas e as que se encontram nos manequins já estão reservadas”.
Verdade seja dita, foi difícil encontrar a Sacoor, que, descobri depois, ficava afinal na Rua do Carmo, mas mais difícil foi descobrir as botas: só havia um par e o meu pezinho de Cinderela (!!!) não cabia lá dentro. Por 60€ achei que merecia poder andar sem ter os dedos dos pés encolhidos e apertados e por isso mesmo, não as trouxe.
Encontrei em Lisboa, a mesma Lisboa de sempre. Uma Lisboa que apenas conheci como Lisboa muito depois de, por razões profissionais, ter vindo viver para longe. (Foi porventura esse mesmo distanciamento que me permitiu assimilar a cidade por inteiro.) A mesma calçada portuguesa, a mesma praça do Rossio, os mesmos pombos a beber na fonte, a mesma luz de fim de tarde nas ruas do Chiado, embora não fosse sequer meio-dia, a mesma carrinha dos fados, a mesma Brasileira cheia de gente; as mesmas gentes: vestidas de mil e uma formas diferentes, arriscando com peças ora arrojadas, ora (muito) fora de moda, ou em combinações impossíveis – mas conservando sempre a luz, a cor, a personalidade. E mendigos, muitos mendigos.
Acabámos por ir almoçar ao MacDonalds do Rossio (que, fiquei a saber, foi classificado como “melhor loja de rua”, o que não deixa de ser engraçado, com tanta loja diferente que existe ali pela zona), que não sendo nada tipicamente lisboeta, é lugar de paragem (quase) obrigatória, ou não fosse esse muitas vezes o local de visita, no trajecto para a faculdade. Quem pagou os almoços fui eu e fiquei contente por, por dois almoços, ter pago a módica quantia de 8€ e qualquer coisa. Senti subitamente uma avareza que não me é típica (“já poupei”!) ao fechar a carteira e ao enfiá-la na mala, com a certeza que mais dinheiro não gastaria por hoje.
Eis senão quando, ao descermos as escadas do primeiro piso em direcção à porta de saída, nos deparamos com uma mulher extremamente magra, com uma boina de pelo e um casaco coçado que descaia pelos ombros, com um olhar onde se denotava simultaneamente desespero e um sentido de urgência. A mulher pediu-me: “Por favor, compre-me dois hamburguers. Ainda não comi nada hoje e tenho um filho.” Quase instantaneamente, abri a carteira, para lhe dar 1€ e então ela continuou: “Não, não. Eles não me deixam estar aqui.” Pedi-lhe para esperar e voltei para a fila. Enquanto esperava que me atendessem, olhava de relance para a porta em vidro e via a mulher do lado de fora, a olhar, através desse mesmo vidro, para dentro do restaurante. Como se a mulher, em vez de gente, fosse um cão, que tem de esperar pelo dono à porta. Eu não sei se acreditei que ela tinha um filho, mas definitivamente acreditei que, àquela hora, a mulher ainda não tinha comido nada e sobretudo acredito que qualquer ser humano, em pleno século XXI, não devia mendigar comida ou passar fome.
Pedi o menu como se fosse para mim. (Se estava disposta a gastar 60€ numas botas, como não estava disposta a gastar 10€ a fazer feliz outra pessoa?) Um hambúrguer, para quem não come desde o dia anterior, não dá, nem para a cova de um dente. Pedi-lhe um menu duplo Cheese, que era aquilo que eu teria gostado de comer, se não estivesse de dieta. Pensei na minha sobrinha e lembrei-me que os miúdos adoram o Happy Meal. Não quis dar uma esmola, àquela mulher. Quis-lhe dar uma prenda. Por isso pedi ao empregado que pusesse tudo dentro de um grande saco opaco e dirigi-me para a porta. Os olhos da mulher levantaram-se do chão e num instante encheram-se de luz e felicidade. E de repente, a mulher chorou. Quando lhe entreguei o saco, tive a certeza que a mulher voltou a ter cinco anos e a ser criança outra vez. “Deus lhe pague”, disse-me, com um sorriso desdentado, enquanto me tocava muito ao de leve no braço, como se eu fosse alguma espécie de ser sobre-humano e tocar-me fosse uma espécie de rebeldia a ela interdita. Não quis inculcar-lhe esse sentimento, mas sei que há pequenos gestos que agradecemos a certas pessoas como agradeceríamos a própria vida e nesses casos, é inevitável o “endeusamento” da pessoa que nos ajudou. Sorri-lhe. Enquanto caminhava, fiquei ainda a ver a mulher, pelo canto do olho, a “desembrulhar” a comida. Sorri para mim.
É claro que o meu gajo achou que ela queria era dinheiro para a droga e que por isso não gastava na comida; “Ela podia era ir trabalhar” ou “se ao menos tivesses comprado a Cais, aí sim, acho que até tinhas feito bem” e blá blá blá. Sinceramente, marimbei-me para o que ele estava para ali a dizer. Sim, talvez fosse verdade. Talvez a mulher se drogasse e bebesse e quem sabe, talvez, até se prostituísse. Não me cabe a mim julgá-la e pessoalmente acredito que nenhum erro que se cometa nesta vida é razão suficiente para despir um ser humano da sua dignidade, ao ponto de mendigar comida. Mas pronto, eu compreendo: quem vive e passa por Lisboa todos os dias, não pode olhar da mesma forma, ver com os mesmos olhos, porque aquele quadro é “o pão-nosso de cada dia”, para essas pessoas. “E o homem é um animal de hábitos”, já dizia alguém.
Assim como assim, aquela mulher também me ajudou. Quantas vezes questiono a utilidade do meu ser, a razão da minha vida. Quantas vezes me senti vazia, perdida de mim. (E não serei porventura a única). Quantas vezes?! Ah!, mas hoje não. Hoje tive a certeza que tinha de estar onde estive, a fazer o que fiz.
E quando voltei a Santiago, trouxe Lisboa no coração.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010



Se aquilo que a gente sente,

Cá dentro, tivesse voz,
Muita gente... Toda a gente.
Teria pena de nós!

(Augusto Gil)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

American Idol - Talento português

Parece que os nossos talentos se puseram a andar para a América... E nós por cá, temos de continuar a gramar com a desafinada da Solange ou com a basófia do Salvador!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Não molhar!

Às vezes pergunto-me se, para a chuva, não seriam mais adequadas sandálias, em vez de botas. É que com calçado aberto, a água entra e sai, ao invés daquilo que acontece com as botas - caso em que a água entra e já não sai, enregelando os pés durante todo o santo dia!
Acabei de chegar a casa e dou-me conta de que a humidade relativa dentro das botas deve ser superior aí a uns 95%...
Faz-me lembrar uma cena a que achei muita piada, de uma série que dava na televisão há uns anos atrás, em que havia um fulano que se chamava Quim, que andava a vender umas gabardinas ("impermeáveis") com muito bom aspecto; ele próprio envergava uma. E quando o tal Quim se virava, podia-se ver, nas costas da gabardina, um papel colado que dizia: "Não molhar"!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

'Tá frio!

Tenho o nariz frio, os dedos das mãos frios, os pés gelados. E o rabo enterrado no sofá. A sério que gostava de ter uma tarde mais produtiva, mas acontece que congelei!
Ainda vou ter de descobrir como é que vou sair daqui...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O meu novo despertador

Ora bem, este post será dedicado a uma das minhas mais recentes aquisições: o rádio-despertador SPA, um despertador que teoricamente, repito: t-e-o-r-i-c-a-m-e-n-t-e, permite um acordar mais suave e bem-disposto, já que o alarme é dado, não por um beep repetitivo, mas por sons da Natureza, sendo possível escolher entre: ondas do mar, sons da floresta, noite de Verão, tempestade, cascatas ou chuva.
Como mencionei num dos posts anteriores, esta encomenda foi recebida por correio, no Dia de Reis. Feliz da vida, fui logo tratar de descobrir como é que o aparelho funcionava e programar o alarme para o dia seguinte. Escolhi, para o meu despertar, o som das ondas do mar… Achei que era relaxante e que ía acordar feliz, como se tivesse adormecido, na praia, debaixo do guarda-sol, numa tarde de Verão. Meus amigos, devo confessar: não me podia ter enganado mais! Às 07h50 toca o meu despertador, pela primeira vez. Só me lembro de ter começado a ouvir um bando de gaivotas a grasnar e um barulho altíssimo de ondas, como que a aproximar-se. O meu cérebro ensonado ficou de tal forma confuso que só me lembro de ter pensado: What the F…? Quando finalmente me apercebi que se tratava do som das ondas do mar dado pelo despertador recém-adquirido, fiquei extremamente mal-disposta e senti-me intrujada: afinal de contas, acordar com o som das ondas do mar para ir para o trabalho, é mesmo gozar com uma pessoa, do género: “Ahah, querias, não querias? Vai mas é trabalhar!”
Carreguei no Snooze, que me possibilitou ficar na ronha durante mais 9 minutos. Às 07h59, novamente as gaivotas a grasnar e o som das ondas a aproximarem-se, como quando a maré está a encher e temos de pegar no guarda-sol e em todos os restantes pertences à pressa e fugir do local para não molhar tudo!
Desta feita, carreguei nos botões todos, para ver se o despertador desligava de vez e fiquei mais cinco minutos deitada, a tentar controlar a minha má disposição matinal, amplificada pelo efeito do despertador SPA…
Mas como é que não me passou pela cabeça há mais tempo que o despertador pudesse ter este efeito em mim?!
Acabaram-se os sons da Natureza, sempre que for para despertar. Despertar bem é às duas da tarde, em férias. Tudo o que seja acordar cedo, ainda para mais sem ser em férias, deve ser anunciado como devido: um beep repetitivo, irritante e estridente, que nos faz ter ganas de bater em tudo e todos, logo de manhãzinha. E ao pé deste beep, qualquer problema que nos surja durante o dia, vai parecer brincadeirinha de crianças!
Quanto aos sons da Natureza (os do rádio-despertador, claro), esses, ficam reservados para quando estiver assim a ler um livro ou a meditar no sofá.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fim da Quadra Natalícia

Ooohh… Acabou a quadra natalícia.
De volta ao mundo real: buzinar nas estradas, tentar furar as filas, ficar com os 20 cêntimos que nos deu o senhor do café, porque se enganou e nos deu troco a mais (“abrisse os olhos” ou “por 20 cêntimos não volto lá”). E os que pouco têm, ainda menos terão, porque por alguma estranha razão, as pessoas pensam que os mais desfavorecidos só comem por altura do Natal (ou, na melhor das hipóteses, do Natal e da Páscoa), único momento em que normalmente se lembram de comprar umas coisitas para ajudar o Banco Alimentar. E as famílias voltam a ter mais que fazer do que passar tempo de qualidade em conjunto. Enfim: lá se vai o projecto de “amor e amizade” para o galheiro. É uma pena.
Todos os anos, penso a mesma coisa: passou tão rápido!
Pela frente, uma tarefa penosa: desmanchar a árvore de Natal… É que custa mesmo! Desmanchar a árvore de Natal devia ser um dos serviços, prestados ao domicílio, por exemplo, pela Câmara Municipal… Sei lá!, assim, como aquelas pessoas que vêm entregar as listas telefónicas à nossa porta, podiam também vir desmanchar árvores de Natal. É que uma pessoa não se consegue abstrair da ideia de que o Natal já acabou e que agora, só para o ano. É mesmo o “escarafunchar da ferida”!
Pior que desmanchar a árvore de Natal, só mesmo não a desmanchar e chegar ao Carnaval ainda com a árvore toda enfeitada na sala… Pois, o ano passado aconteceu-me isso! De tanto adiar, a árvore lá foi ficando na sala. Quando finalmente a arrumei, já andavam os putos mascarados!
Pensando bem, além de triste, é também um bocado chato, andar sempre a fazer e desfazer a árvore. Qualquer dia, ponho mesmo em prática a sugestão do Nuno Markl: cubro a árvore com um lençol e só volto a destapá-la no inicio de Dezembro do ano seguinte!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sobre o (meu) Dia de Reis

Não, não!, estejam descansados, que não tenciono brindar-vos com mais um brilhante momento musical alusivo a esta época festiva (à semelhança do que fiz no post anterior).
Pois é, pois é… Hoje é Dia de Reis. Neste dia não posso deixar de me lembrar que, aqui mesmo ao lado, no país vizinho, nuestros hermanos estão de papo para o ar, a abrir presentes atrás de presentes, disfrutando de um magnífico festivo (em português, feriado). Sempre achei que, se realmente as prendas simbolizam o ouro, incenso e mirra que os Reis Magos ofereceram ao Menino Jesus por ocasião do seu nascimento, então, de facto, deveríamos proceder à abertura das mesmas no dia 6 de Janeiro – dia em que os Reis Magos, orientados pela estrela guia chegam finalmente ao encontro do Menino -, e não no dia 25 de Dezembro, como actualmente se faz aqui por estas bandas. O que implica, obviamente, que também em Portugal, deveríamos ter direito a um feriado neste dia! (Nota: outra ideia boa, era passar os feriados que se comemoram aos fins-de-semana, para a segunda-feira seguinte, também à semelhança do que fazem nuestros hermanos. Mas, como diz um colega meu: “isso são outros quinhentos”!).
No Dia de Reis também me costumo lembrar de, há muitos anos atrás, devia ter aí uns 11 ou 12 anos, ter encontrado por acaso numa livraria à moda antiga (daquelas que têm aquela escadinha que percorre as prateleiras de uma ponta à outra da loja), um livro que tinha procurado incessantemente, embora sem sucesso, até àquele momento: Mulherzinhas, de Louisa May Alcott. Quando o vi, rejubilei de alegria e o meu pai, para grande alegria minha, e ao contrário do que era habitual, comprou-mo. Um único presente, dado no Dia de Reis, que se calhar por ser o único que tive naquele dia, foi especial. Li o livro devagarinho, devagarinho, como quem saboreia o último bombom e posso dizer que foi o único livro que me dei ao trabalho de plastificar, até hoje. A minha prima, que chegou só no Verão, começou a ler as primeiras páginas do livro, enquanto eu lia as do meio e creio que lemos juntas, em voz alta, o final, no sotão do meu avô.
Hoje já não tenho nem 11 nem 12 anos, mas continuo, secretamente (bom secretamente, até que este post seja publicado, claro!), a desejar que “alguém” me faça recordar para a posteridade este Dia de Reis, como recordo aquele em que o meu pai me ofereceu o livro das Mulherzinhas. Afinal de contas, o melhor da vida são as surpresas agradáveis. Pois é! E parece mesmo que fui ouvida: duas encomendas que fiz (a saber, um despertador com sons da natureza, para um acordar mais suave e uma catrefada de roupa que encontrei em saldos), foram-me entregues hoje, pela transportadora. Achei engraçado, porque, tinha havido uma primeira tentativa de entrega das encomendas, que não foi possível devido ao facto de não me encontrar em Santiago do Cacém e posteriormente, uma marcação para reentrega das encomendas, a realizar dia 4 de Janeiro, que acabou por não acontecer. Acabei por receber hoje as minhas encomendas, o que teve uma graça especial.
Parece que os Reis sempre me encontraram neste dia, mesmo perdida que estou, no meio do Alentejo!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As Janeiras